Artigo 84 - Por que a Maioria das Nações do Mundo Desejam Tanto a Regulamentação das Redes Sociais


Fonte: Mídia Ativa Digital / Texto: Abrantes F. Roosevelt




Por que a Maioria das Nações do Mundo Desejam Tanto
a Regulamentação das Redes Sociais

Porque as redes sociais se tornaram o último território verdadeiramente livre da humanidade — e isso assusta. Porque, pela primeira vez na história, o cidadão comum ganhou voz. E não uma voz simbólica, não uma urna de quatro em quatro anos, mas uma voz real, diária, viral, capaz de destruir reputações, desmascarar narrativas, derrubar políticos, expor esquemas, questionar dogmas, desafiar a grande mídia e colocar reis e corporações de joelhos. E é exatamente por isso que os poderosos querem calar. Disfarçam seu autoritarismo com palavras suaves: “combate à desinformação”, “segurança digital”, “proteção dos vulneráveis”, “responsabilidade algorítmica”. Mas o que realmente querem é o controle total da informação. Querem amordaçar a liberdade sob a máscara da moral.

Governos autoritários, democracias decadentes e tecnocratas globais têm um objetivo em comum: retomar o monopólio da narrativa. Durante séculos, quem controlava a informação controlava o mundo — e agora estão perdendo esse domínio para uma multidão de vozes descentralizadas. E isso é insuportável para eles. A velha imprensa já não dita mais o que é verdade. Os intelectuais de gravata e verniz acadêmico já não são mais vistos como únicos portadores do saber. As mentiras institucionais já não duram 24 horas sem serem desmascaradas em um post, um vídeo, uma thread.

O que eles chamam de “regulamentação” é, na prática, censura travestida de civilidade. Não querem regras para garantir a liberdade com responsabilidade, querem filtros para sufocar qualquer pensamento fora da cartilha. Qualquer opinião que desvie do progressismo militante, do globalismo asséptico ou da tecnocracia corporativa será taxada de “ódio”, “extremismo”, “fake news” — e apagada. O que está em jogo não é a ética digital, é o controle do imaginário coletivo. É o silenciamento da crítica. É o extermínio do pensamento livre.

E não se engane: a elite global, os partidos políticos, os conglomerados de mídia e as grandes corporações estão todos em aliança silenciosa nesse projeto. Porque o povo falando incomoda. O povo pensando é perigoso. O povo se organizando fora das estruturas tradicionais é inaceitável. Daí os projetos de lei, os pactos internacionais, as agências de “checagem” terceirizadas e ideologizadas, os tribunais virtuais, os shadow bans, as remoções arbitrárias, os algoritmos manipulados. Tudo isso é o prenúncio do totalitarismo digital.

A hipocrisia é gritante. Querem regular redes sociais alegando proteger crianças — mas são as mesmas autoridades que promovem pornografia, ideologia de gênero e conteúdos destrutivos em escolas e mídias tradicionais. Dizem querer combater o ódio — mas permitem discursos de violência contra homens, cristãos, conservadores, brancos, héteros, sem mover um dedo. Pregam diversidade — desde que todos pensem igual. Falam em segurança — mas não censuram criminosos, apenas cidadãos que pensam por si.

A verdade é que o medo é deles. Medo de perder o controle das massas. Medo de que as mentiras sistemáticas venham à tona. Medo de que o povo descubra que pode se organizar, se instruir e se libertar sem precisar de tutela ideológica. A internet deu voz ao subterrâneo da sociedade — aqueles que nunca foram ouvidos, apenas silenciados, ridicularizados ou ignorados. E agora querem colocá-los de volta na coleira.

Mas já é tarde. A caixa de Pandora foi aberta. Mesmo com leis, com censores, com repressão digital, a chama da liberdade já se espalhou. As redes sociais não são o problema. Elas são o sintoma. O sintoma de um povo que acordou. De uma geração que questiona. De uma sociedade que, mesmo massacrada pela narrativa oficial, ainda encontra brechas para respirar, resistir e responder. E por isso querem regulamentar. Não por segurança. Mas por medo. Medo da verdade que escapa dos dedos da velha ordem.

A obsessão global por regulamentar as redes sociais não surge do acaso. Ela está sendo orquestrada de cima para baixo, com a chancela de organismos internacionais, fundações bilionárias e governos que, paradoxalmente, alegam defender a democracia. Vejamos o exemplo da União Europeia, que aprovou o Digital Services Act (DSA). Um nome pomposo que soa técnico, neutro, moderno — mas que, na prática, permite que o Estado pressione as plataformas a removerem conteúdos considerados "desinformação", sem julgamento, sem contraditório, sem transparência. Quem decide o que é desinformação? Um burocrata, um algoritmo enviesado, um grupo de "especialistas" com a cartilha já definida.

O mesmo se aplica à Austrália, onde o governo exigiu das plataformas que paguem à mídia tradicional para compartilhar conteúdo — em uma tentativa desesperada de salvar os velhos jornais moribundos. Nos Estados Unidos, o escândalo do Twitter Files revelou que agências de inteligência e departamentos do governo pressionavam diretamente plataformas para censurar vozes conservadoras, banir investigações legítimas sobre Hunter Biden e suprimir debates sobre a origem do vírus da COVID-19. Tudo isso em nome da “segurança”. A segurança de quem, exatamente?

E no Brasil, não ficamos atrás. Aqui, a tentativa de aprovar o famigerado PL das Fake News é um teatro cínico encenado por políticos que nunca se importaram com a verdade — mas agora posam de guardiões da ética digital. Um projeto vago, perigoso, autoritário, que pode transformar qualquer opinião incômoda em crime de opinião, criminalizar memes, punir usuários comuns por compartilhar conteúdos que não foram previamente “homologados” pelos senhores da verdade institucional. Um projeto que joga nas mãos de ministros, juízes e políticos o poder de decidir o que pode ou não ser dito. Um projeto que ameaça transformar o Brasil numa versão tropical da China digital.

A hipocrisia é insuportável. Querem calar “influenciadores perigosos”, mas ignoram o tráfico livre de pornografia infantil, os perfis de facções criminosas, os golpes financeiros explícitos, os discursos de ódio racial e misândrico que correm soltos sem qualquer regulação. Ou seja: o alvo não é o criminoso — é o dissidente. Não é o corrupto — é o questionador. O objetivo não é criar um ambiente seguro, é criar um ambiente controlado. Um curral de pensamento onde só sobrevive quem obedece.

Enquanto isso, as big techs — que se fingem neutras — dançam conforme a música do poder. Censuram conteúdos sob demanda, aplicam punições desproporcionais, escondem conteúdos críticos, promovem algoritmos que priorizam lixo emocional, futilidade ideológica e vulgaridade pornográfica, ao mesmo tempo em que enterram qualquer voz que estimule reflexão, masculinidade, fé, patriotismo ou resistência. As redes estão sendo moldadas para infantilizar o povo, mantê-lo distraído, emocionalmente quebrado, sexualmente confuso e mentalmente anestesiado.

E é isso que a regulamentação busca reforçar: o algoritmo do adestramento social. As plataformas não serão espaços livres — serão jaulas digitais. E cada usuário, um animal domesticado, recompensado quando repete as falas certas, punido quando ousa pensar diferente. E tudo isso será feito com o aval da “ciência”, dos “especialistas”, da “ONU”, do “TSE”, da “imprensa”, de todos aqueles que jamais foram eleitos pelo povo, mas se acham no direito de controlar o povo.

Não se trata de proteger a democracia. Trata-se de sabotar qualquer possibilidade real de democracia. Porque, sejamos francos: democracia sem liberdade de expressão é só um teatro com urnas. Se o cidadão não pode expor sua visão, sua crítica, sua revolta, sua pesquisa ou sua denúncia sem correr o risco de ser calado, perseguido, cancelado, preso ou rotulado como extremista — então não há liberdade alguma. Há apenas uma tirania sorridente, digital, progressista, vestida de boas intenções, mas com um chicote escondido atrás do discurso.

E o mais trágico: boa parte da população, ignorante ou covarde, aplaude esse avanço da censura. Gente que diz odiar ditaduras, mas aceita calar o vizinho porque ele pensa diferente. Gente que fala de “democracia”, mas quer prender quem questiona as vacinas, as urnas, os escândalos, os dogmas ideológicos. Gente que, sem perceber, está entregando sua própria liberdade — em nome de um conforto emocional ilusório e de um moralismo fabricado.

A regulamentação das redes não é um avanço civilizatório. É um retrocesso autoritário. É a digitalização da mordaça. É o fim da praça pública. E quem não entende isso agora, será a próxima vítima. Porque a censura nunca para no outro. Ela sempre chega até você. Mais cedo ou mais tarde.

E se esse movimento global de regulamentação — ou melhor, de censura institucionalizada — continuar avançando, o futuro será um pesadelo silencioso. Um mundo onde você poderá dizer qualquer coisa... desde que seja o que eles querem ouvir. Onde o algoritmo será sua coleira invisível. Onde seus filhos crescerão acreditando que liberdade de expressão é um privilégio concedido pelo Estado — e não um direito natural. Onde o contraditório será sinônimo de crime. Onde pensar diferente será tratado como uma ameaça social.

Não é exagero. Veja a tendência: todo pensamento crítico está sendo patologizado, criminalizado ou desumanizado. Discordar de um dogma ideológico é “discurso de ódio”. Questionar uma vacina experimental é “negacionismo”. Criticar um político protegido é “ataque à democracia”. Defender valores tradicionais é “fascismo”. Homens que se recusam a ser domesticados são “misóginos”. Mulheres que não se dobram ao feminismo radical são “traidoras do gênero”. Tudo está sendo rotulado, catalogado, vigiado.

E as consequências serão brutais. Teremos uma geração de jovens completamente doutrinada por conteúdos filtrados, incapaz de pensar por si mesma, dependente emocionalmente de validação digital, alérgica à frustração, à verdade crua e à realidade objetiva. Teremos uma imprensa cada vez mais covarde e submissa, incapaz de denunciar o sistema que a sustenta. Teremos uma política viciada em vigilância, em repressão, em narrativas lacradoras, mas vazia de conteúdo real. Teremos uma sociedade adestrada para temer o próprio pensamento.

Mas há resistência. E ela nasce justamente nos escombros desse controle. Há vozes que continuam ecoando, canais que furam a bolha, influenciadores que não se rendem, cidadãos que compartilham, que imprimem, que gravam, que salvam, que replicam. Há movimentos que crescem em silêncio, grupos que se organizam fora dos holofotes, pessoas comuns que começam a perceber que estão sendo enganadas, controladas, envenenadas pela informação pasteurizada.

A verdadeira contrarrevolução digital começa no indivíduo. Começa quando ele decide sair da bolha do entretenimento estúpido e buscar conteúdo real. Quando para de aceitar passivamente o que vem da mídia oficial e começa a investigar por conta própria. Quando entende que liberdade não se negocia. Não se terceiriza. Não se implora. Se exerce — ou se perde.

Cada pessoa que se cala diante da censura é cúmplice. Cada cidadão que aplaude a supressão do pensamento divergente é um escravo em potencial. A luta não é mais entre esquerda e direita, entre liberais e conservadores. É entre livres e domesticados. É entre quem quer pensar com a própria cabeça e quem já se acostumou a pensar sob comando. Entre quem quer viver de pé e quem prefere existir de joelhos.

As redes sociais, com todos os seus defeitos, ainda são o último bastião de liberdade real. Por isso querem destruí-las. Não para protegê-lo — mas para controlá-lo. E quando isso estiver consumado, não haverá mais retorno. A ditadura do pensamento único não chega com tanques. Chega com termos de uso, com leis sorridentes, com campanhas de “consciência digital”, com celebridades que te dizem o que pensar, com políticos que juram que estão te protegendo enquanto te amordaçam. E se há um momento para reagir, é agora. Depois será só silêncio. Um silêncio confortável, digitalizado, higienizado — e profundamente escravizador.


Abrantes F. Roosevelt, 09 de Julho de 2025


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