Artigo 04 - Os Mil Bigodes de São Luis
Fonte: Mídia Ativa Digital / Texto: Abrantes F. Roosevelt
“Os Mil Bigodes de São Luís”
Oh! ilha encantada dos mil bigodes
O que fazes sonolentamente a noite
Enquanto outros apenas dormem....
Oh! Ilha que permanece encantada
Não fiques suja, e nem magnética
Enquanto muitos aqui a usurpam...
Oh! minha Atenas maranhenses
Sempre cheia dos amores turvos
Não me deixe sozinho no largo...
Aquela mesma fonte do ribeirão
Sempre solteiro ao meio tempo
Sentado e esquecido por Deus...
Oh! minha triste e bonita São Luís
Não deixe que os meus mil poetas
Desta terra repleta de vis palmeiras
Fique continuamente congelada...
Que aqui se plante sempre palmeiras
Que jamais alguém aqui finque bigodes...
Não deixem que as Roseanes daninhas florem
E que os fios destas linhagem não prosperem....
Sejam todos os poetas desta terra brava
Entes serenos não pairados no tempo.....
Que aqui nesta terra alva
Jamais se filiem vis ogros
De um que quase colonial...
Que aqui jamais tenha servidão
Que aqui jamais tenha mazelas
Que aqui jamais tenha fome vil...
E que os fios destas linhagem não prosperem....
Sejam todos os poetas desta terra brava
Entes serenos não pairados no tempo.....
Que aqui nesta terra alva
Jamais se filiem vis ogros
De um que quase colonial...
Que aqui jamais tenha servidão
Que aqui jamais tenha mazelas
Que aqui jamais tenha fome vil...
E que nunca mais ponderem
Os biltres chefes de estados...
Aqui lamentavelmente
Existe apenas o caos...
Não existe crescimento social
E isto a mais de quarenta anos....
Não existe crescimento social
E isto a mais de quarenta anos....
A pobreza permanece viva
A fome permanece mais viva
O analfabetismos ainda vive....
Mas estes fatos imbecilmente inglórios
Fazem jus apenas a honoráveis bandidos
Todos eles famigerados desta bonita terra....
Eles são gigantes não pelo conteúdo politico
Nem pela fama da gigante serpente da lenda....
Que segundo reza-se a cultura popular
Quando a cabeça encontrar com o rabo
Ela abraçaria a cidade luz destruindo-a....
Mais sabemos que bigodes e serpentes
As vezes possuem similaridades afins...
Oh! minha cidade deixa-me salvar-te
Oh! minha cidade deixa-me amar-te...
Não me julgue um infiel
Não me deixe sozinho....
Deixe-me agradar-te
Deixe-me venera-la...
Oh! ilha encantada dos mil bigodes
Oh! por mil bigodes de São Luís....
Quem será com vos
Quem será por vos
Quem será contra vos
Ninguém eu duvido vós...
Rusgat Niccus
Uma observação importante sobre este texto literário:
Este poema retrata muito bem a preocupante percepção social que o autor desta obra literária, discutir sobre os homens e suas ações sobre outros homens, sua dialética recorre-se sobre como se encontra hoje o Estado do Maranhão, local onde este artista vive e descreve em seu poema. O autor enxerga nitidamente a problemática existencial politica, econômica e social que afligem e interfere na vida das pessoas deste lugar.
O Estado em questão, governado a quase quarenta anos por um mesmo grupo politico, colocou este estado da região nordeste nos piores índices de desenvolvimento humano do país, as pessoas ainda moram e casas de taipa, morem de fome, sofrem com desnutrição grave, perambulam em fila de hospitais, isto quando tem hospital em seus municípios, estudam em escolas precárias e sofrem com a falta de emprego .
O Estado do Maranhão possuem altos índices de analfabetismos, e atualmente sofre com os níveis mais baixas desenvolvimento humano do país. “Os Mil Bigodes de São Luís” é um poema clássico do Poeta Rusgat Niccus, que apesar de viver e de ver cotidianamente o conflito em que o seu Estado passar, lutar para que esta situação mude algum dia, e os seus poemas de denuncia social são provas de seu engajamento politico na região.
Abrantes F. Roosevelt, 24 de Janeiro de 2019
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