Artigo 13 - A Verdade Sobre os Aposentados do Brasil
Fonte: Mídia Ativa Digital / Texto: Abrantes F. Roosevelt
A Verdade Sobre os Aposentados do Brasil
As Pessoas acreditam que, aos 65 anos, estarão
ganhando determinado valor por mês e que, a partir da aposentadoria, uma fração
desse valor, como, por exemplo 80% ou 70%, seria o suficiente para levar uma
vida digna. Mas a verdade é que no Brasil não se vive de forma digna nem
trabalhando e recebendo um salário mínimo de 1.039,00 por mês. Salario este que deveria garantir segundo a
constituição de 1988, direitos básicos, como saúde, educação, moradia, alimentação
digna e lazer. A grande verdade da aposentadoria nessa história toda é que a conta
não fecha por certas razões relacionadas ao valor do dinheiro no tempo.
O mundo não é mais o mesmo há algumas décadas,
e o status de holístico, globalizado e atemporal, não traduz a realidade destes
tempos modernos. Atualmente podemos afirmar que o planeta se tornou micro,
diversificado, efêmero e mais compacto. E tudo neste espesso planetoide, os
resultados acontecem em uma única janela térmica de informação, tudo ao mesmo
tempo e em tempo real.
Neste aspecto, mesmo que estejamos no conforto
de nossos lares, escolas, igrejas e empresas, tudo pode nos afeta, seja de
forma política, econômica, social ou ideológica. Estes impactos sociais nos
atingem de diversas maneiras, seja pelo aumento da inflação, custo elevado de
vida, por caso de um surto epidemiológico, queda das ações da bolsa, aumento
injustificado do preço do petróleo, diminuição da oferta de carne bovina e ou
da falta de investimentos estrangeiros no país. Tudo agora está interligado, conectado
e sendo acompanhado pela palma de nossas mãos através dos celulares,
smartfones, tabletes, televisões digitais e outras ferramentas de comunicação.
A comunicação também mudou a medida do tempo,
e a medida do tempo, também mudou o comportamento das pessoas, e com esta
mudança, mudou-se a precificação dos valores atribuídos as coisas e as pessoas.
O tempo já é uma medida real de valor, e o custo de vida e de vivencia possuem
preços e tabelas variadas. Esta nossa contemporaneidade abstrata exige uma
rápida avaliação do dinheiro aplicado no tempo, justamente por ela possuir ônus
e bônus caracteristicamente uniformes, preestabelecidos de uma cobrança
matemática visceral, que é usado hoje como moeda de troca e retroca.
Inevitavelmente com advento da mecanização dos
equipamentos de trabalho, o mundo inteiro passa hoje por uma enorme crise
generalizada de falta de empregos e de postos de trabalho, grande parte destas
problemáticas, está na substituição do homem pela máquina, e bem recentemente,
a subtração do homem pelos meios virtuais e de inteligências artificiais.
O Capitalismo Industrial, que agora é um
Capitalismo Virtual e de Inteligência Artificial, está voltado para as
tecnologias da informação e de comunicação em redes virtuais. Esta nova fase do
capitalismo, busca estreitar ainda mais um mundo que já é globalizado,
tornando-o micro global, imerso a informações instantâneas e efêmeras. É claro
que este novo aspecto do capital industrializado e informacional possuem
características imediatistas, neocentristas, neoindividual, neonacizista e de
cunho holisticamente centralista.
Uma amostra destas novas crises que envolvem
as forças de trabalho, está amplamente arraigada nos direitos fundamentais e
constitucionais, como os direitos trabalhistas e previdenciárias. Fatores que
interferiram e modificaram a aposentadoria dos anos vindouros.
Essas modificações produziram de forma antecipada,
diversas crises políticos-sociais-econômicas em muitas regiões do planeta, que
em grande parte, se apresentaram de maneira forte no velho mundo, apesar dos efeitos
caóticos surgirem principalmente na Europa, já promovem fortes influencias nos
arredores da américa latina.
Quando se fala da Europa, alguns acontecimentos
importantes marcaram as lutas de classes e de poder, principalmente na Grécia
com fechamento de algumas empresas e a
diminuição de outras, o auge desta crise teve início no final do ano de 2009 e
início de 2010, quando várias agências de classificação de riscos de crises
deflagraram problemas na Grécia sobre o crescimento do déficit público, o que
significava um aumento da dívida e diminuição da arrecadação, o que implicaria
em calote, ou seja o não pagamento da dívida pública, este fator fez com que inúmeros
arranjos fossem feitos nas leis trabalhistas e previdenciárias, prevaricando e
prejudicando o trabalho e as conquistas sociais.
Na França o movimento dos coletes amarelos
provocou movimentos sociais espontâneos em 2018, muitos desses protestos tinham
haver com o anuncio da progressão dos impostos, sobre os produtos energéticos
de origem fóssil e sobre as emissões de carbono, este aumento, juntamente com
as reformas fiscais e sociais propostas pelo governo do presidente francês
Emmanuel Macron impactaram diretamente as classes trabalhadoras e medias,
reduzindo o poder de compra e aumentando o custo de vida, fatores que atingiram
de forma direta os aposentados e pensionistas da França. Este mesmo efeito do
movimento social coletes amarelos foi se espalhando para outros países da
Europa, devido as condições destes países terem aspectos parecidos em sua
economia.
No Pais de galês, na Inglaterra, algo parecido
já ocorria desde 1973, com o movimento British, movimento que defende a saída
da Inglaterra do Bloco Econômico da Europa. Grande parte desta problemática que
envolve este país está o argumento da proteção e manutenção dos empregos para
os cidadãos ingleses, em contraposição a massa de imigrantes que invadia o
território nacional, a maioria destes imigrantes, possuíam baixa escolaridade,
pouca vivencia profissional e aceitavam baixos salários, um fator que
comprometia o nível aceitável de trabalhos e remuneração atraentes para os
próprios ingleses.
Alguns destes países tiveram o auge de suas
crises devido as inúmeras e mal elaboradas reformas trabalhistas e reformas da
previdência, algumas aconteceram com a retirada e ou até diminuição de direitos
fundamentais, previstos na constituição de seus países, atualmente algo
parecido já vem acontecendo de forma inevitavelmente paralela no Brasil.
Um aspecto importante para entender como a
previdência do Brasil vem se esfacelando, está na visualização do público alvo
de seu atendimento. A previdência atende atualmente uma ampla classe de
beneficiários e dentre estes muitos assistidos, está também inúmeros outros
beneficiários que não contribuem diretamente para o INSS.
Estes usuários que apenas usufruem da previdência
brasileira são em geral, pessoas que se aposentam por idade, assistidos de
aposentadoria e pensões vitalícias, outros pensionistas de natureza diversa, os
assistidos de amparo e assistência sociais, os assistidos de deficiência
física, os assistidos de doenças mentais, os assistidos de doenças
psicossomáticas, os assistidos de doenças graves, os assistidos de doenças
crônicas e os assistidos por invalidez, além de muitos outros beneficiários que
possuem algum tipo de assistência ou benefícios especiais. Ou seja, a
previdência acaba sobrecarregada de atribuições e diretrizes que muitas das
vezes não priorizam e assistem apenas os que já trabalharam e que contribuíram
para a previdência, mas ela estende-se também a um enorme volume de assistidos
que nunca contribuíram de fato e de direito para a previdência brasileira.
A imigração é também hoje um outro grande
agravante para a precarização da previdência publica do Brasil, isto porque ela
não atende apenas aos trabalhadores, mas assistir um enorme grupo social em
situação de risco. E entre eles estão os imigrantes que geralmente em sua
grande maioria, estão atrelados a um grupo que possuir baixa escolaridade,
pouca qualificação profissional e quase ou nenhuma experiência de trabalho com
carteira formal ou fase de formalização, um fator que os empurra a dependerem
de alguma assistência social do estado, e esta verba geralmente vem da
previdência.
A reforma trabalhista, a reforma da
previdência e precarização sistemática da força de trabalho, nos moldes que estão
constituídos atualmente, apenas reforçam e contribuem ainda mais para um não
investimento em políticas públicas no que tange a qualificação profissional dos
trabalhadores brasileiros, que em via de regra beneficia as empresas de
produção primaria, que exploram mãos de obra barata no mercado.
A aposentadoria é ainda um problema para a
maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, fator que flagela ainda
mais os países subdesenvolvidos. Grande parte deste problema está no crescente
envelhecimento da população, no aumento da expectativa de vida, na antecipação
da aposentadoria, no planejamento equivocado dos planos de previdência e do não
organogramático plano organizado por parte do beneficiário.
Outro problema está na desvalorização da renda
do beneficiário em relação ao poder de compra do dinheiro no momento em que
este começa a receber a aposentadoria, na desvalorização da renda em relação ao
custo de vida, e na não compatibilidade do custo de vida no decorrer de
mudanças político, social e econômico do país aonde estão inseridos.
Um outro fator importante está atrelado ao
rápido envelhecimento da população ativamente produtiva, e no número cada vez
menor de contribuintes (trabalhadores em situação produtiva), na diminuição dos
postos de trabalho, na mecanização da força de trabalho, na tecnização do
trabalho (uso de sistemas de ponta e de alto performance), na sistematização
informacional do trabalho por uso de sistemas via Internet, na sistematização
do trabalho por uso de inteligências artificiais, na sistematização do trabalho
por uso de aplicativos digitais, e na virtualização generalizada dos serviços e
dos produtos.
Este gargalo previdenciário fica mais
evidenciado quando se verifica de forma mais aprofundada em como está a base da
pirâmide indicadora populacional, que disponibiliza informações de geodemografias
do quanto envelheceu a população brasileira (Estes dados demonstram que há mais
idosos na base da pirâmide, em contraposição aos jovens que estão no topo),
esta observação de dados, ratifica o número cada vez menor de contribuintes
(trabalhadores em situação produtiva).
Neste aspecto, como são poucos os que deveriam
custear aqueles que se aposentam hoje, as arrecadações tributarias da
previdência social, não consegue fecha a conta em suas obrigações (nesta conta
além de esta os aposentados e pensionistas com direitos e garantias reais,
entram neste bolo, os super salários dos Juízes, ex-politicos, e outros cargos
públicos, as fraudes e até pessoas que nunca contribuiu de fato e de direito
com a previdência, neste último caso, estão as pessoas que se aposentam por
idade, trabalhadores rurais, deficientes físicos, mentais e de outras naturezas
diversas), e para fragiliza ainda mais esta conta, entram também a diminuição e
substituição dos postos de trabalho, que nos últimos 50 anos, vem estabelecendo
critérios cada vez mais restritos, específicos e escassos para os novos
trabalhadores.
Muitos desses problemas, estão diretamente
atrelados a uma massa gigantesca de jovens sem qualificação profissional e a
diminuição dos postos de trabalho, evidenciada primariamente pela substituição
em massa dos homens pelo uso das maquinas, das tecnologias de pontas, dos
sistemas de inteligências artificiais, dos aplicativos digitais, e pela
virtualização generalizada dos serviços e produtos.
Uma das soluções para tentar diminuir ou
amenizar os transtornos que o comprometimento do custo real da renda dos
aposentados pode causar ao custo de vida em relação a
desvalorização dos subsídios recebidos pelos aposentados, tange
sistematicamente, sobre como diminuir o impacto que o poder de compra do
dinheiro no momento em que o aposentado, começa a receber o benefício, deve ter
como base o cálculo e o controle preestabelecido pela inflação.
E como a inflação é algo que não pode ser
controlado ou contido, as possíveis soluções estão direcionadas e voltadas
principalmente para o planejamento financeiro, neste entendimento dois fatores
importantes devem ter atenção: A primeira é ter uma atitude empreendedora, e a
segunda é ter uma atitude de postergação da própria aposentadoria. Neste aspecto deve-se ficar claro que existem
outras formas e soluções para se implementar novas diretrizes de controle e de
preparo para a aposentadoria, mais as principais estão nesta duas acima
citadas. Segue abaixo, algumas causas do comprometimento da renda dos
aposentados e as soluções em planejamento financeiro para os beneficiários de
aposentadorias no Brasil.
1- Principais
Causas do Comprometimento da Renda dos Aposentados no Brasil.
a)
Antecipação mal planejada da aposentadoria.
b)
Planejamento equivocado e não organizado por
parte do beneficiário da aposentadoria.
c)
Desvalorização da renda em relação ao poder de
compra do dinheiro no momento em que começa a receber a aposentadoria.
d)
Desvalorização da renda em relação ao custo de
vida no momento em que começa a receber a aposentadoria.
e)
Renda não compatível ao custo de vida no
momento da aposentadoria.
f) Envelhecimento da população ativamente
produtiva.
g) Aumento da expectativa de vida.
h)
Número cada vez menor de contribuintes
(trabalhadores em situação produtiva).
i)
Diminuição dos postos de trabalho.
j)
Mecanização da força de trabalho.
k) Tecnização do trabalho (uso de sistemas de
ponta e de alto performance)
l) Sistematização Informacional do trabalho por
uso de sistemas via Internet
m)
Sistematização do trabalho por uso de
inteligências artificiais.
n)
Sistematização do trabalho por uso de
aplicativos digitais.
o) Virtualização generalizada dos serviços e dos
produtos.
2- Principais
Soluções para o Aumentar ou Manter a Renda dos Aposentados no Brasil.
a)
Postergação da aposentadoria.
b)
Reinvestimento em carreira produtiva
(atividade de conhecimento e domínio por parte do aposentado, que seja, mesmo
danosa e prejudicial ao trabalhador).
c)
Empreendedorismos (negócio próprio, franquias
ou prestação de serviços).
d)
Investimento em outras rendas fixas (aluguel
de imóveis, e etc ).
e) Investimentos em rendas fixas (Poupanças,
Fundos de pensão, fundos de investimentos, títulos públicos, CDB´s, e Planos de
Fundos de pensão como PGBL´s, VGBL´s)
Observação Importante: Estes
produtos financeiros são sempre indicados a clientes com um determinado perfil
investidor, ou seja, extremamente adequado ao investidor conservador.
A Saída para
uma Aposentadoria Resiliente e Saudável
Uma saída para quem quer envelhecer com
qualidade de vida, sem ter muitas preocupações, ou restrições drásticas na vida
presente, está em se fazer boas escolhas no planejamento orçamentário de médio
a longo prazo. Reinvestindo continuamente em uma formação produtiva menos
penosa que garanta maior rentabilidade ou investir sistematicamente em uma
atividade empreendedora sustentável que produza renda fixa, garantindo com isto
um mecanismo de geração crescente de renda.
Uma outra maneira de ter uma aposentadoria
digna é fazer uma prolongação, ou postergação desta atividade produtiva. Pois
poupar um percentual relativamente reduzido de 10%, não é suficiente para viver
no futuro. Atualmente a expectativa de vida dos aposentados gira em torno dos
25 ou 30 anos, bem diferente dos 15 anos de vida em que viviam outros
aposentados em décadas passadas.
Notadamente é sempre aconselhável acumular enquanto
se trabalha, investindo em planos de previdência, poupanças, em imóveis ou em
outras aplicações de investimento fixo, o perfil conservador é o mais adequado
para este tipo de planejamento. O ideal é fazer estes tipos de investimentos
citados acima, somados a um bom e estudado projeto empreendedor.
Um projeto empreendedor bem estudado por
alguns anos, pode gerar rentabilidade melhores do que qualquer poupança, criar
um negócio próprio, adquirir uma franquia, ou alguma atividade financeira que
esteja em uma área agradável para seu projeto de vida, que tenha haver com seus
valores e que prolongue a atividade profissional por mais tempo, é sempre uma
ótima opção para uma outra aposentadoria.
Apesar da maioria da população não possuir uma
cultura de montar o seu próprio negócio, é recomendado não exatamente ter um
ideal de empreender, mais obter uma atitude empreendedora, algo que prolongue a
sua carreira produtiva. Neste aspecto o ideal é acumular parte do dinheiro que
se recebe como salario e aplica-la em uma renda fixa ou em um pequeno negócio,
empreendendo a outra parte do salário que sobra no fim do mês em uma outra
atividade meio.
Para que este planejamento seja concretizado é
preciso conter os gastos avulsos e os gastos de impulsos, conter as compras
desnecessárias, e corta o consumo exagerado, fazer racionamento de aquisições
de supérfluos, e conter os gastos especialmente com alugueis e automóveis.
O momento atual do Brasil é de atenção as
oportunidades, principalmente ao dinheiro de renda fixa, gastos fixos
reduzidos, maior parcela de consumo flexível, de lazer, qualidade de vida,
justamente para lidar melhor com as turbulências e as incertezas. Flexibilidade
sempre é importante, e junto com um organograma constante e vigiado, é possível
garantir a médio e a longo prazo um planejamento financeiro empresarial, social
e familiar sustentável.
Abrantes F. Roosevelt, 26 de Fevereiro de 2020
Um assunto bem pertinente sobre a nossa sociedade contemporânea principalmente daqueles que contribuíram de forma direita ou indiretamente para o País. As questões levadas no artigo são importantíssimo como foi citado a reforma previdenciária se faz necessária buscando minimizar uma gigantesca fila de pessoas estão no processo da solicitação de benefícios, a carência imensa de servidores no INSS e do outro lado vemos uma população cada vez carente de atendimento público de qualidade, dos seus direitos sendo tirados, o respeito e a dignidade da pessoa humana um dos princípios constitucionais da nossa Carta Magna.
ResponderExcluirNessa dualidade vemos a consequência de uma série de gestão sem planejamento, de verbas não sendo investidas no destinario principal na população. E no ponto, o aumento da expectativa de vida percebemos a desproporcional os custos de vida do cidadão brasileira.
É um problema enraizado que são ações imediatas para minimizar os efeitos da precarização dos serviços, o trabalho em conjunto para desobstruir.
Bem colocado algumas soluções citadas no artigo como um bom planejamento financeiro e nesse ponto aquela tecla de sempre que a Educação é a ferramenta essencial para tenhamos uma sociedade mais conscientes e entenda sobre seus direitos e deveres. Incluindo a Educação Financeira nas escolas com intuito de ensinar o controle de gastos e administrar melhor seus gastos consequentemente a vida do adulto muito mais planejada.
Tudo isso é uma mudança de mentalidade do nosso povo de a moeda mais preciosa é a Educação que é um direitos de todos.
Obrigada pelo debate e sua colocação bem clara dos fatos com análise financeira sobre contexto social e cultural e atrelado a sua experiência e vivência nessa área foi bem gratificante.
Mais uma vez...Obrigada pela dedicação no texto!