Artigo 28 - A Impunidade e os Crimes Ambientais do Brasil


Fonte: Mídia Ativa Digital / Texto: Abrantes F. Roosevelt



A Impunidade e os Crimes Ambientais do Brasil


O Brasil é realmente um país muito interessante e as vezes é abundantemente zeloso pelos seus efêmeros e contemporâneos concidadãos, mas toda esta exaltação, somente acontece, quando esta premissa de cuidado, visa beneficiar um individuo, um grupo, uma classe, ou um ganho remunerado pessoal aplausível e volumoso.

Nossa gente é boa, mas sem essa de que somos apenas um povo alegre, gente fina, pessoas acolhedoras, gente que trabalhar muito e de que somos pacifistas. Alguns de nós aqui nesta terrinha de quinta, inerte, subdesenvolvida e pouco evoluída, tem mais semelhanças com os povos do velho mundo do que com a nova leva de evolução sapiens, erigida e emergente das inúmeras faculdades, empresas privadas e de órgãos públicos de nosso país.

Aqui nesta terra de muitas palmeiras, onde começa o canto dos sabias, tem gente que apenas quer se dar bem e que quer se sobressair a custa da fome e da miséria de seu próximo. E neste aspecto, tem mais gente assim no mundo do que se imagina. E quando isso se incluir ganhar em encima de um outro ser que é igual a você, isso fica ainda mais evidenciado durante as eleições municipais, estaduais e federais. Isso nos mostra o quanto somos tão parecidos com os velhos cabeças brancas (raposas e chacais) que residem em Brasília.

Isto se aplica em todos os aspectos da vida social brasileira, é claro que não se pode generalizar, afinal ainda existem pessoas boas neste país de fundo de quintal, pessoas que realmente se importam com o outro e com o que ainda existe de natural e social neste chão tupiniquim.

Atualmente a ganancia de poucas empresas, a estupidez de muitos políticos e a canalhice de um presidente neoliberalista, fascista, neonazista e mentiroso, vem aflorando o que de mais ruim se pode ouvir, ver e falar no país. Especialmente quando o assunto tratado, diz respeito as liberdades individuais, aos direitos sociais adquiridos e mais recentemente sobre as difíceis problemáticas ocorridas em relação ao meio ambiente do país, envolvendo trabalhadores do setor de mineração e famílias residentes em áreas próximas a essas atividades mineradoras.

Nesta exterioridade, fica evidente que as pessoas mais afetadas sobre a ótica dos grandes desastres ambienteis e humanitários, vivem diretamente em determinados espaços regionais, inseridas em sistemas naturais importantes ou a margem de sistemas sociais que as excluem de direitos humanos fundamentais para uma vida sustentável e digna.

Todos estes dilemas sociais, podem ser acompanhados e observados corriqueiramente nas redes sociais, jornais e em outras mídias diversas espelhadas pelo Brasil. As soluções e aplicações para os ajustes e ações de reparação dessas difíceis adversidades que envolveram os recentes desastres ambientais e humanitárias no país, não tem infelizmente a preocupação de estado de governo que a priore deveria ter, menos ainda, nada devemos espera deste governo que ai esta implantado.

Ainda sobre este tema ambiental, muitos estudiosos, cientistas políticos, sociólogos, ecologistas e ambientalistas, andam preocupados com o futuro da nação, das pessoas e do meio natural que se vem perdendo atualmente. Sobretudo sobre os  difíceis e horríveis incêndios criminosos ocorridos recentemente no Pantanal e na Amazônia.

Estas preocupações se tornam ainda mais pertinentes, especialmente quando o assunto se refere nomeadamente a crimes ambientais importantes e que tiveram amplas e grandes repercussões na mídia brasileira, além é claro das enormes proporções desastrosas que causaram ao sistema natural de lugares aos quais sofreram as intervenções mecânicas de eventos não naturais.

Alguns crimes ambientais envolveram literalmente, a vida de faunas, a vida de floras e sobretudo as percas substanciais de vidas humanas que foram brutamente entrelaçadas a um enredo de morte cinematográfica, algo inimaginável aos olhos civis, desastres que entraram para o mapa dos crimes ambientais ocorridos no mundo.

A impunidade é o que mais marcou a temática dos desastres não naturais que ocorreram presentemente no Brasil, ou seja, eventos provocados pela ação do homem e que poderiam ser possivelmente passivos de prevenção, ou mesmo evitados.

A curva de indiferença, observadas nestes casos específicos, envolvendo comunidade interioranas e as vezes muito pobre, revelam a magnitude do preconceito e da falta de zelo por parte de quem promovem desastres deste tipo aqui no brasil.

A solução para uma reparação social e financeira, vem ficando em segundo plano, permanecendo memoravelmente alongadas a um completo e constante xeque-mate das autoridades empresarias e governamentais em contra posição as vitimas.

Especialmente quando o assunto esta em aplicar as penalidades devidas a um desagravo que se faz iminente e justa, pois muitas empresas e corporações que são protegidas e até aliviadas de suas responsabilidades diante das fracas e vulneráveis leis ambientais brasileiras acabam por penaliza a população que contribuir e mantem o estado através dos seus impostos.

Estas mesmas leis que neste governo pseudodemocrático, foram enfraquecidas e desestruturadas pelo próprio Ministério do Meio Ambiente. Revelam o grau de irresponsabilidades e descuidos com o que é publico e do povo.

Um exemplo deste desmonte esta ocorrendo com O IBAMA e o ICMBIO que vem passando por uma serie de intervenções ideológicas, enfraquecimento financeiro e desmantelamento estrutural de suas organizações. Fatores que estão sendo vistos como facilitadores de crimes que envolvem a apropriação de terras da união, invasão e usurpação de terras indígenas, garimpagem, queimadas, incêndios, derrubada da floresta e o uso e criação de leis que facilitam a retirada, a venda e a exportação de madeira brasileira.

Os Crimes Ambientais e Humanitários no Brasil estão se tornando fatos vergonhosamente corriqueiros, um bom exemplo disso são os casos absurdos que aconteceram em Mariana e mais recentemente em Brumadinho, ambos foram orquestrados e protagonizados pela Companhia Vale do Rio Doce (VALE), que é uma das maiores empresas mineradoras do mundo, que possuir faturamentos anuais bilionários, e que infelizmente ainda não respondeu na forma adequada da lei pelos crimes horríveis que cometeram com estas populações locais.

Para se ter uma ideia deste famigerado descaso, milhares de famílias até hoje ainda esperam ser indenizadas de forma justa pelo desastre que aconteceu em seus lares e em suas vidas. Uma prova disso envolve os moradores de Mariana que vivem hoje em outras cidades próximas ao desastre e convivem com uma promessa de construção de sua nova cidade. Uma nova Mariana, que presentemente esta apenas em ideias que não passa do papel e dos infindáveis juramentos e planos da Vale de tentar reconstruí-la. Muitos moradores vivem hoje de um aluguel social irrisório (as beiras de serem suspensas) e de uma renda (ajuda financeira) paga pela Vale que mal dar para sobreviver.

Na época do desastre, o Rio de Mariana sofreu com as grossas placas de lama, rejeitos e dejetos de mineração que se alocaram no leito do rio. Pesquisas realizadas após o desastres mostraram que o rio ficou praticamente morto, e o que ainda vive por lá, inclusive as poucas espécies de peixes, não podem ser consumidos devido a contaminação por mineiro de ferro e outros poluentes desconhecidos.

Um dado importante esta sobre o registro da extinção quase que em massa de varias espécies de peixes que viviam no local. Um crime desastroso que causou a morte e a sobrevida de inúmeras outras espécies nativas da fauna e da flora endêmicas daquela localidade.

Atualmente (2020), informações, pesquisas, estudos e analises revelam que o rio que passar por Mariana ainda está em um estado natural e biológico deplorável, pois a Vale não fez o seu dever ou o trabalho de casa para recupera-lo. Diagnósticos sugerem que o total recobramento do rio levará entre 15 a 30 anos para se reestruturar da destruição.

A biodiversidade daquele ambiente praticamente sofreu uma extinção em massa (dizem os especialistas), e os animais endêmicos da fauna e parte da flora morreram de forma quase instantânea e nunca mais será possível recupera-los, ou seja, aqueles seres vivos que habitavam aquele ecossistema, simplesmente se perderam, estão extintos da terra.

Depois do desastre promovido pela Vale, a vida ficou literalmente mais escura para os moradores de Mariana, o mar de lama e de rejeitos encobriu não somente a cidade e os moradores que não puderam se salvar, mas a lama levou consigo vidas inteiras, historias completas, memorias felizes, vividas naquele lugar.

A lama levou famílias, amigos, primos, pais, mães, animais de estimação, memorias, saudades e o lar dessas pessoas. Muitos moradores de Mariana relatam após o triste episodio, terem desenvolvido depressão, mal estar, e até culpa por morarem no caminha da lama, muitos atualmente passam por descriminação social, e a renda que tinham, também não é mais a mesma e a própria vida também não é a que eles desejariam viver.

A Companhia Vale não só levou a cidade de Mariana, a Vale levou historias, momentos felizes e o sossego daquelas pessoas, nenhum morador de Mariana se sente digno da vida, não possuir um lar para chamar de seu, estão deslocados do mundo, inseridos como alienígenas em outro território, alheios aos caprichos dos advogados da Companhia (Vale) que possuem muito dinheiro para embargar e protelar as audiências e as decisões judiciais contra os moradores de Mariana, mas os mesmos não possuem nenhum tostão para reconstruir a cidade de Mariana.

Neste entendimento são péssimos os exemplos de como empresas importantes, grandiosas e de peso econômico nacional e até mundial, possuem um comportamento empresarial típicas de pequenos negócios de fundo de quintal. Empresas tão importantes e poderosas que não prezam e nem respeitam a vida humana, o que dirá da vida ambiental (flora e fauna). É importante ressaltar que episódios como estes de Mariana e Brumadinho precisam de uma resposta rápida do poder público, um crime que não pode passar impune pelo ministério público (que em algumas situações e fatos ficou em silencio em relação a este caso).

Alguns outros acontecimentos de menor poder desastroso promovidos também pela companhia Vale do Rio Doce incidem sobre a população civil com certa frequência em algumas partes do Brasil. Fatos locais que não são televisionados ou registrados pelas redes sociais. Mas acontecem em localidades interioranas por onde o trilhos da Vale faz o seu percurso laboral.

É claro que estes pequenos ocorridos, não se comparam com tanta lama e destruição causadas por maremotos (Mariana) ou avalanches (Brumadinho) de rejeitos de mineiro. Mas estes outros delineamentos e agravantes que serão enumerados adiante também causam enormes interferências na vida das pessoas, fatos que implicam de maneira terrível no convívio social de vilas, povoados, vilarejos e pequenas cidades do interior.

As áreas de aldeias indígenas no Brasil, também sofrem fortes interferências da companhia Vale, e os seus trilhos e trens são os responsáveis pelo vários desastres ocorridos com estes povos. Isto fica melhor evidenciado quando observamos os espaços geográficos cortados pelas linhas de trem da Vale nos estados do Maranhão e o do Pará.  Justamente os lugares por onde os trilhos do trem da vale percorrem o seu caminho que vai de São Luís até Carajás. O percurso é longo e os desastres envolvendo atropelamentos de indígenas são catastróficos.

Alguns relatos e noticias acompanhados nas mídias sociais e redes de jornais locais do Maranhão e do Pará, revelam registros de atropelamentos de indígenas em trilhos da Vale. As crianças, velhos e até adultos não escapam deste tipos de acidentes. Observando que as algumas ferrovias ultrapassam ou invadem os perímetros pertencentes as aldeias. 

Existem informações e relatos que estes trilhos também cortam ao meio aldeias inteiras, comprometendo o deslocamento natural destes povos em seu dia-a-dia, existe também a contaminação de rios e lagos próximos a esta aldeias, ocorridas por acidentes ferroviários que ofertam derramamento de minério de ferro, cargas perigosas e outros poluentes. Fatores que também comprometem e interferem na vida e sobrevivência destes povos.

Existem também escavações e a retirada de bauxita que deixam crateras enormes e que no período de chuva, ficam cheias de água parada, salobra e lama que causa dengue, malária, chicungunha e outras mazelas e enfermidades, causando danos para os povos indígenas e outras populações da região.

A passagem dos trens da Vale no transporte de suas cargas, promovem também em algumas aldeias o transtorno da locomoção diária das comunidades (Alvo de reclamações constantes dos povos Indígenas). Há décadas aldeias inteiras chegam a ficarem insoladas uma das outras por horas a fio, isto ocorre devido a longa extensão dos vagões que impedem a travessia dos moradores.

Dentre estas muitas desordem sociais e humanas que a ferrovia, a extração de mineiro e o transporte de cargas causam aos moradores maranhenses, paraenses, indígenas, quilombolas e a outras populações ribeirinhas e interioranas destas regiões localizadas próximas as linhas férreas, existem também o avanço de grandes empresas de cimentos, celulose, madeireiras, agroindústrias e outras conglomerados que fortificadas com abertura de estradas e linhas férreas, ajudam na aceleração do crescimento desordenado de habitações irregulares em áreas próximas a leitos de rios, lagos, manguezais, florestas nativas e áreas de proteção ambiental. A extração de madeira e a irrigação de monoculturas agrícolas são as campeãs em modificações do meio natural e produtoras de desastres ambientais e urbanos.  Algumas dela facilitadas pela abertura e entrada de meios e modos de produção oriunda da mineração.

Neste tocante o mesmo acontecem aos povos quilombolas, que vivem as mesma questões sociais por que passam os indígenas, alguns povo quilombolas são deslocados e até retirados de suas terras para que o progresso continue sobre os trilhos da Vale. As reposições sociais até acontecem, mas são ínfimas perto do quanto estas populações perdem enquanto identidade e vida emotivamente social.

Estes episódios de desapropriação social e humano não acontecem somente com os povos indígenas e povos quilombolas (negros), mas também com diversas outras famílias que moram em regiões interioranas e metropolitanas que dispõem de pouca educação, noção de direitos sociais e proteção social.

As contribuições e retornos sociais ofertados por esta grande empresa mineradora, não cobrem os prejuízos sociais e as graves destruições ambientais produzidas pelas derrubadas de áreas florestais e escavações para retirada de minério de ferro.  

Estes várias ocorrências de desrespeitos ofertados ao meio ambiente e a vida humana são bastante comuns e corriqueiros no Brasil. E muitas empresas igual a Vale, reproduzem os mesmo comportamento de destruição e exploração dos meios naturais. A reposição natural também é mínima e ínfima.

No maranhão também há casos absurdos do uso de águas públicas para resfriar o alumínio no processo de formação das barras de alumina, e em áreas de mangue existe a ocupação industrial e o despejos de rejeitos de processo de produção industrial e comercial, há também em áreas costeiras e oceânicas na ilha de são luís a ocupação irregular para a implantação de portos e galpões e armazéns.

Existem também o uso indiscriminado de lavagem de porões e lastros de navios cargueiros.  Água de lastros que contribui para fatores que ajudam a invasão de espécies marinhas estrangeiras que acabam sendo predadoras da nossa fauna local (invasores que acabam competido alimentos com os nossos animais marinhos).

O desmatamento na Amazônia é um outro cartão postal que nem merecem letras e folhas virtuais nesta digitação para pronunciar uma delação, um apontamento que tanto é denunciado no Brasil, que mal podemos eleger como denuncia. Um fato que é noticia todos os dias e em todos os jornais brasileiros.

Trata-se de uma vergonha nacional não cuida de seu patrimônio natural e biológico. O que fica sobre as entrelinhas é que não há movimentos sérios neste país para frear os fazendeiros (criminosos) e os madeireiros (criminosos) que simplesmente derrubam a floresta mais rica e diversa do mundo a preço de banana, e o agronegócio brasileiro justifica isso, simplesmente para cultiva milho e criar gado (atos de uma irracionalidade e ignorância terríveis).

No maranhão ainda existe o caso da sede da assembleia legislativa de são luís que foi construiu em cima de uma área de proteção ambiental. Ou seja, um órgão publico que deveria zela pelo bem público, constrói a casa de Legislação Maranhense sobre uma área protegida pela própria lei que eles deveriam respeitar e guardar (um Insulto a constituição de 1988). Estes são os fazedores de leis que lutam contra as próprias leis que já estão constituídas pelo povo. Criminosos eleitos pelo povo que lutam contra o povo (Esta é a verdadeira historia da policia do maranhão).

A falta de saneamento e esgotamento sanitário em são luís é um outro agravante que merece atenção e cuidado. A CAEMA é um dos órgão públicos do Maranhão mais ineficiente e inexpressivos do Brasil. Tratando menos de 5% de todo o esgoto que é lançado de forma inatura, todos os dia na cidade de São Luís e cidades Adjacentes.

Estas ineficiências promovidas pela CAEMA é a maior causa de poluição em seus rios, mares e em praias da cidade de São Luís. Estas graves faltas no trato com águas da cidade, também se refletem sobre a falta de infraestrutura sanitária em bairros, centro da cidade e a outros perímetros e território que gera desconforto e péssimas qualidades de vida e saúde para população maranhense.

Um Estado da Federação Brasileira que possuir desgraças monumentais, crises sociais, politicas, financeiras, econômicas, educacionais e ambientais que apenas ajudam a afundar um município (São Luís) que merece muito mais da elite politica e empresarial deste Estado (Maranhão). É preciso ter um olhar novo para o povo e para cidade, um olhar que mude a vida das pessoas e não de apenas um grupo politico ou de uma empresa.  

Abrantes F. Roosevelt, 05 de Dezembro de 2020


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