Artigo 39 - A Ideologia como Forma de Filosofia
Entretanto, diversos autores
utilizam o termo sob uma concepção crítica, considerando que ideologia pode ser
um instrumento de dominação que age por meio de convencimento; persuasão, e não
da força física, alienando a consciência humana.
O termo ideologia foi usado de forma marcante pelo filósofo Antoine Destutt de Tracy e o conceito foi muito trabalhado pelo filósofo alemão Karl Marx, que ligava a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados pela classe social dominante.
E ainda de acordo com Marx, a
ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no
controle da sociedade, impondo a maioria da população o usufruto da pobreza
extrema.
No século XX, várias
ideologias se destacaram: 1- A Ideologia
Fascista, implantada na Itália e Alemanha, tinha um caráter militar,
expansionista e autoritário; 2- A
Ideologia Comunista, disseminada na Rússia e outros países, visava a
implantação de um sistema de igualdade social, porem subversiva e criada para
uma pequena parcela da população; 3- A
Ideologia Democrática, surgiu em
Atenas, na Grécia Antiga, e têm como ideal a participação dos cidadãos na vida
política; 4- A Ideologia Capitalista, surgiu na Europa e era ligada ao
desenvolvimento da burguesia, visava o lucro e o acúmulo de riqueza; 5- A
Ideologia Conservadora, são ideias ligadas à manutenção dos valores morais
e sociais da sociedade; 6- A Ideologia Anarquista,
defende a liberdade e a eliminação do estado e das formas de controle de poder;
7- A Ideologia Nacionalista, é
aquela que exalta e valoriza a cultura do próprio país; E 8- A Ideologia de Gênero, a "Ideologia
de gênero" é um conceito que ficou popularmente conhecido, mas é preciso
tomar cuidado ao usar esta expressão quando se fala sobre questões de gênero. É importante saber que, nesse caso, a
expressão não é a mais adequada, já que a palavra ideologia significa
"conjunto de ideias ou princípios sobre um assunto".
O Gênero é definido como a
maneira que uma pessoa se auto identifica e se percebe como indivíduo (homem ou
mulher) no mundo, o que pode acontecer independentemente da sua sexualidade
biológica, ou seja, do sexo com que nasceu.
Existem teorias que defendem a
existência de apenas dois gêneros (masculino e feminino), mas também há estudos
que sugerem a existência de uma diversidade de gêneros, que podem ir além
desses dois conceitos que se conhece hoje no mundo.
Pesquisadores do assunto
defendem que a identificação com um determinado gênero é resultado de uma
construção histórica, social e cultural. E de acordo com estes estudos, a noção
de gênero não seria uma escolha feita conscientemente.
Assim, a identificação com um
gênero não seria uma escolha pessoal, mas o resultado de uma soma de fatores: a
convivência de uma pessoa com certos valores sociais e culturais, além da
percepção sobre sua própria identidade.
Neste livro trataremos apenas
da Ideologia de Gênero que se refere a um determinado e especifico assunto ou
ideia. Contextualizado na compreensão holístico de um fato especifico.
A Ideologia na Filosofia tem Hegel
como patrono maior, este filosofo abordou a ideologia como uma separação da
consciência em relação a si própria. Marx porem, utilizou essa concepção
hegeliana para diferenciar dois usos diferentes do conceito de ideologia: 1- O
primeiro que expressa a ideologia como causadora da alienação do homem, através
da separação da consciência; e 2- O segundo que contempla a ideologia como uma
superestrutura composta por diversas representações que compõem a consciência.
Mas para Karl Marx, a ideologia
mascara a realidade. Os pensadores adeptos dessa escola consideram a ideologia
como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua
aparência e escondendo suas demais qualidades.
A Ideologia na Sociologia descreve
uma ideologia como uma associação de representações e ideias que um determinado
grupo social produz a respeito do seu meio envolvente e da sua função nesse ambiente.
Existem ideologias políticas,
religiosas, econômicas e jurídicas. Uma ideologia se distingue de uma ciência
porque não tem como fundamento uma metodologia exata capaz de comprovar essas
ideias. Mais sim composições e posições dialéticas.
O grupo que defende uma ideologia frequentemente tenta convencer outras pessoas a seguirem essa mesma ideologia. Assim, existem confrontos ideológicos e consequentemente ideologias dominantes (hegemônicas) e dominadas (subordinadas).
O idealismo como conhecemos
atualmente é algo muito importante para os milhares de movimentos sociais,
civis e políticos de nosso tempo. Diversas correntes político-partidárias,
regimes de governo, revoltas civis, movimentação social, e até agitações trabalhistas,
usufruíram, beberam e regozijaram com afinco destes ensinamentos filosóficos,
legados pelos idealistas e concretistas do pensamento socialista.
O idealismo filosófico nasce provavelmente
na Alemanha, onde as ideias de sociedade, ou de ciência social, ficam mais
claras e evidentes. Assim como a Grécia surgem como berço da democracia, a
Alemanha erguesse como lugar de origem do entendimento da sociologia moderna,
influenciando trabalhadores, empresas, instituições e toda a sociedade
contemporânea de nosso tempo,
Muitos aspectos sobre as verdadeiras
aparências sociais que modelam a vida do homem sobre a terra, ficam evidentes,
ou seja, a vida pessoal é regimentada sobre aspetos puramente econômicos e não
por causalidades de escolhas ou determinismos.
Isto fica mais evidente, principalmente
com o surgimento de uma nova classe social predominante, que se constrói e
afirma-se sobre um sistema econômico, baseada regimentalmente sobre o
predomínio dos modos e meios de produção.
Esta nova ordem de domínio social,
rapidamente se estabelece por meio do capital social, centrado na figura das
fabricas e dos donos destas fabricas. Fatores que se consolidaram ainda mais
durante a criação das cidades, e do alto êxodo rural do homem camponês.
A formação destas cidades geralmente
estabelecia-se nos arredores destas fábricas, os trabalhadores exerciam
atividades laborais exaustivas, entre 10 e 20 horas por dia, muitos deles
conviviam com péssimas condições de trabalho, fabricas sujas, insalubres e
poluídas, além de terem uma alimentação degradante, e baixíssimos salários.
Os muitos pensadores desta
época identificaram a sociedade burguesa e o seu novo sistema econômico, e a
declararam como perigosas e destrutivas para a sociedade humana. A subjugação
dos homens pelas maquinas ficavam evidentes, quando se observava a forma de
trabalho e a separação destes modos de produção. Havia uma divisão do trabalho
que os alienavam até do que eles mesmo produziam.
Homens que construíam caros
que nunca poderiam adquirir, homens que fabricavam navios e nunca viajariam
neles, homens que construiriam pontes que jamais atravessariam, homens que
fabricavam maquinas e outros bens que nunca possuiriam.
A desigualdade social estava nivelada devido a contratualidade objetada nas fabricas, o reflexo destas organizações eram um espelho converso refletido para as ruas da imundas e insalubres da Inglaterra, da Alemanha e de diversos outros países europeus.
Os meios de produção e os
modos produção eram o segredo industrial que garantiriam a riqueza do homem
burguês. A terra e o que se produzia nela, não eram o mais importante para o rico
industrial, mais a transformação e o beneficiamento do produto oriundo da
terra, era o que gerava valor e riqueza, e neste aspecto, o mais importante
para o capitalista.
O nivelamento da sociedade, agora
subdividida por padrões e normas economicamente bem delineadas, delimitaria de
forma organizada a divisão de classes, imitando copiosamente a divisão do
trabalho que já existia nas fabricas.
A manutenção desta divisão
humana, agora submetida a uma divisão em classes sociais, vislumbra novos
desafios empregados pelas circunstancias da subsistência. No entanto, as tramas
que envolvem a subjugação e o cárcere desse novo homem que surge como trabalhador
operário, sem posses ou se meios de produção, agora é enxergado como um objeto
atenuado e de fácil exploração, sumariamente condenado a sua nova e eterna condição
de assalariado.
A realidade é que as fabricas
deixavam os trabalhadores cada vez mais pobres e doentes, tendo o seu salário
que recebiam a função ímpar de apenas garantir o mínimo possível para comer,
vestir e as vezes pagar o aluguel de suas casas decrépitas, aquilo era o mínimo
afiançado para não morrerem de fome.
Os familiares destes trabalhadores
eram submetidos a situações ainda mais lúgubres e desumanas, seus filhos
geralmente prestavam trabalhos diversos nas casas de ricas famílias
industriais, alguns tornavam-se empregados domésticos, outros de maneira
informal cuidavam de propriedades e posses particulares, vários transformavam-se
em comerciantes ambulantes, as meninas tinham uma vida mais dura, algumas desde
de novinhas eram aliciadas e estupradas pelos donos destas ricas casas
industriais, depois de moças e se não tivessem filhos, viravam prostitutas para
não morrerem de fome e ou de frio.
Muitos operários sem
perspectivas de futuro, ficavam sujeitos a toda forma de exploração e de
destituição, submetendo-se claramente aos piores tipos de trabalhos e salários.
Os aspectos sociais neste
momento histórico, tornaram-se mais evidentes e muito mais desiguais durante o
processo de afirmação e de consolidação do sistema capitalista. O que
revolveria o salário pago pelas fabricas, um motivo a mais de aceitação social,
condicionado a afirmação de subsistência, minimizando as qualidades humanas ao
sustento familiar.
O dinheiro pago pelo
industrial era agora um instrumento de apaziguamento igualitário, agindo como
um regulador de conflitos sociais, e que ao mesmo tempo gerava grave pobreza e muita
desigualdade, o salário era um deus visível ostentado pela força da
subsistência humana, um impresso sociológico substituído pela fé divina exclusivamente
oferecida pela igreja.
As fabricas delimitavam uma nova
ordem social, administrada agora através dos agentes da subsistência
existencial, um equilíbrio social antes ratificado pela missão religiosa
católica, que catequisada de forma sistemática e impositiva a publicação de
devoção irrestrita a pobreza, uma oratória alienadora que apaziguava os
conflitos sociais existentes entre os ricos e os pobres.
Estas regras estabeleciam-se
cada vez mais por meio desta nova autoridade econômica que se manifestada
também pelos vieses políticos, sociais e culturais.
O capitalismo apesar de não
ter um deus que as condenassem a serem eternamente pobres, formulava-se por
traz de um tipo de divino muito menos sobrenatural, apático e insensível, dando
lugar a um bem real, afável e concreto, um ser que poderia ser visto, usado e
determinado pelas circunstâncias, designado pelas suas duas faces de uma mesma moeda,
as vezes banhado em prata, níquel e bronze, estilizando-se em um bom papel
moeda e nascido exclusivamente das formas, dos meios e dos modos de produção.
A manutenção da produção
industrial foi primariamente garantida através da propaganda capitalista,
impulsionada pelos novos burgueses, usando a visão de mundo idealizado segundo
as suas crenças, vivencias sociais e das imposições de poder manifestadas pelas
autoridades concretistas do novo modelo de capital social. Uma visão social que
beneficiaria o burguês, contra posicionando negativamente, a ideal de unidade
dos proletariados.
A campanha capitalista dos
novos burgueses buscava recrutamento de mãos de obra barata e numerosa, os
futuros operários das fabricas deviam esta submissos e totalmente entregues as
novas formas de opressão social.
A propagando fabril foi
divulgada e impulsionadas de forma experimental no seio do campesinato feudal,
muitas promessas, divulgavam de forma mentirosa, a garantia de mudança de vida por
meio do trabalho que seria executado nas fabricas. O fato de ganhar muito
dinheiro e de morar confortavelmente nas cidades, atraiam os olhares de muitos
camponeses falidos e pobres da zona rural.
Muitos acreditavam que o trabalho
nas fabricas, garantiriam melhores condições de vida e menos fome, este
idealismo capitalista fez com que muitos homens deixassem as suas casas, os seus
campos, e até as suas poucas terras inférteis, para viverem nas grandes
cidades.
A vida estava regulamentada
pela burocracia, e a terra não podia garantir o sustento digno do homem do
campo. A concentração de grandes latifúndios, e a mecanização do sistema de
produção agrícola, diminuía o número de trabalhadores, encurtava o tempo na
colheita e baixava o salário do camponês.
A terra também estava ficando
mais escassa e as grandes fazendeiros, promoviam a concentração da terra nas
mãos de poucos, excluído os pequenos produtores do sistema agrícola e pecuário.
A produção de subsistência também
estava ameaçada pela incorporação empresarial da terra, os grandes
latifundiários, ameaçavam as pequenas propriedades, dificultando as vendas e o
escoamento de sua produção, aumentando os níveis de competitividade, inutilizando
as terras de arredamento, aumentando o preço de insumos, e evitando o acesso a
investimentos, o aluguel da terra e de equipamentos também ficava mais caro e
inviável, fatores que empobreciam ainda mais o homem do campo.
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