Artigo 74 - Por que o Maranhão é um Estado Pobre e Miserável
Por que o Maranhão é um Estado Pobre e Miserável
O IDH do Maranhão em 2021 apenas
ganhou posição em relação ao Estado do Piauí, ou seja, descontados em média de
0.020 com simulação do IDH ajustado à pandemia do Covid-19, conforme Relatório
de Desenvolvimento Humano e COVID-19 do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento ー UNDP (2020), o Maranhão ficará com IDHM de 0.782, contra
0.771 de Alagoas, e 0.754 do Pará.
O Maranhão é uma terra com riquezas sociais, culturais e econômicas significativas, mas infelizmente e também historicamente possuir administrações públicas voltadas para interesses individualistas, familiares, oligarcas e empresariais e exatamente por isso foi intensivamente roubada, assaltada e saqueada pelos corsários que a sua própria terra das palmeiras pariu.
Estes homens políticos, ou seres políticos,
(ou os Ladrões do Povo Maranhense), alguns políticos, empresários, aristocráticos
e oligárquicos, preferem sangra a própria terra do que plantar nela a semente
do desenvolvimento social. E até o presente momento, nada foi pensado para o
povo e para o povo.
Os últimos 40 anos fomos saqueados
pela família Sarney, e paralelo a isto, também fomos roubados por outras famílias
ligadas a este grupo de assassinos sociais, como a família Lobão, a família Holanda,
a família Dualib, Família Lago, Família Murad, Família Braide, Família Melo, Família
Evangelista, Família Leitoa e dentre muitas outras.
Atualmente temos acompanhado no
interior do Estado do Maranhão, mais precisamente em Maranhãozinho um outro escândalo
de roubo, corrupção e desvio de recursos públicos, um outro ladrão de uma outra
família de corsários, levanta-se contra o povo do maranhão, mais desta vez deve
ser exposto pela polícia federal durante investigações a respeito de recursos públicos
destinado ao combate a pandemia do corona vírus (Covid 19).
As Investigações apontam que mais
15 milhões de reais foram desviados para fins particulares do Deputado Federal Jozimar
do Maranhanzinho e seu grupo político. Mas outras investigações anteriores
apontam apenas a ponta de iceberg ainda maior de corrupção, crimes contra a administração
pública, lavagem de dinheiro, impropriedade administrativa e peculato.
Mas é claro que a corrupção e a marginalidade
política não são algo novo no jogo da nossa política brasileira, e quando observamos
para o passado de nosso país fica evidente de onde vem tanta herança marginal e
hereditariedade corrupta.
O início de tanta corrupção e
marginalidade política mostra que o Brasil ainda era apenas uma colônia, quando
resolveu desenvolver estes hábitos tão maléficos e ruins. O rei de Portugal, D.
João III, tomou uma atitude: dividir o país em Capitanias Hereditárias. E cada
capitania tinha um donatário: um nobre de confiança do rei, cujo objetivo era
administrar e desenvolver aquela região.
Mas caso os donatários morressem,
as terras passariam a ser administradas pelos filhos e depois pelos filhos
deste e assim por diante. O que gerou o início do nepotismo e dos cargos de
confiança. Aquela política dos meados de 1534 mudou sua estrutura com o passar
dos anos, mas resquícios daquela época são vistos ainda hoje na política
brasileira, sobretudo na do Maranhão. E basta analisar a origem dos nossos políticos,
principalmente dos deputados que compõem os quadros atuais da Assembleia
Legislativa e Câmara Federal para perceber o quanto isto ainda permanece vivo.
Quase a metade desses políticos possuem sobrenomes fortes no cenário do
Maranhão.
E no Poder Legislativo Estadual,
dos 42 deputados eleitos em 2014, aproximadamente 50% vêm de famílias
influentes e com tradição política ao longo dos anos. Estes “novos políticos” são
na verdade filhos, irmãos, netos, cônjuges e outros parentes próximos destas famílias.
A troca de nomes na Assembleia pode até representar certa renovação de nomes,
mas o que parece ter mais valor nesta análise é a renovação familiar destes
grupos políticos: mudam-se os nomes e permanecem os sobrenomes.
E para confirmar esta tese política
e social, começaremos por ordem alfabética, na lista de deputados estaduais
aparece Adriano Sarney (PV). O sobrenome é a continuação da tradição de sua
família, que teve início com o ex-presidente da República José Sarney, e tem
ramificações na ex-governadora Roseana e no ministro do Meio Ambiente, o
deputado federal licenciado Sarney Filho (pai de Adriano). Adriano é um
deputado da chamada renovação. Tem demonstrado grande atuação no parlamento,
mas carrega consigo o peso do sobrenome. Assim como ele, outros parlamentares
se utilizaram desta herança, para conseguir angariar votos Maranhão.
E para Ricardo Costa Oliveira,
cientista político e sociólogo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e autor
do livro Teias do Nepotismo, os elos de parentesco “são um fenômeno social e
político do atraso” e estão intimamente ligados ao conservadorismo. Na prática,
a influência destes clãs reduz as chances de uma verdadeira renovação política
no brasil.
E isto deve está no sangue destas
famílias, ser um político, um bom ou mau representante, deste que esteja
comendo ou mamando nas tetas e carnes do governo. É comum que os filhos queiram
seguir os exemplos dos pais ou de outra referência familiar.
No caso da Assembleia Legislativa
do Maranhão, esse fenômeno acontece com mais veemência e fortaleza, tornando-se
quase uma égide para um grupo ou familia. Os atuais deputados estaduais Levi
Pontes (PCdoB), Andréa Murad (PMDB), Eduardo Braide (PMN), Nina Melo (PMDB),
Vinicius Louro (PR) e o licenciado Neto Evangelista (PSDB) seguiram os passos
dos pais que, em algum momento, exerceram o cargo de deputado.
E outros parlamentares foram
influenciados diretamente por suas famílias políticas e “fizeram carreira”. É o
caso do deputado Rafael Leitoa (PDT), cujo clã Leitoa é muito forte em Timon,
terceiro maior colégio eleitoral do estado. A força dos Leitoa na Região dos
Cocais é antiga. E isso ajudou muito para que Rafael Leitoa obtivesse mais de
27 mil votos em 2014.
E quem também tem grande
influência familiar é o deputado Fábio Macedo (PDT), que ingressou na política
aos 15 anos. Sua família tem poder na cidade Dom Pedro, onde o irmão Hernando
foi eleito prefeito na última eleição. O deputado estadual Rigo Teles (PV)
também chegou à Assembleia Legislativa muito graças à força de sua família na
região de Barra do Corda. Rigo é filho do ex-prefeito da cidade, Manoel Mariano
de Sousa, o Nenzim.
Um exemplo de que a política do
Maranhão está realmente envolvida com a renovação familiar pode ser observado
no caso do deputado Stenio Rezende (DEM), cuja família é repleta de políticos,
a começar pelos irmãos Juscelino Rezende (ex-prefeito de Vitorino Freire) e
Vianey Bringel (prefeita de Santa Inês). O sobrinho, Juscelino Filho, é
atualmente deputado federal. O mesmo acontece com o deputado Ricardo Rios (SD),
cuja família tem domínio em Vitória do Mearim. Além disso, o prefeito de
Turiaçu, Umbelino, é tio de Rios.
E apesar de não serem exatamente
uma “renovação”, é importante citar os deputados Edivaldo Holanda (PTC) e
Humberto Coutinho (PDT), que possuem famílias tradicionais politicamente e como
os demais seguem na mesma linha de raciocínio político e oligarca. Enquanto
Holanda é pai do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, Coutinho é esposo
da ex-deputada Cleide e é tio do ex-prefeito de Caxias, Léo.
Em Brasília, na Câmara Federal, o
cenário não é muito diferente da Assembleia Legislativa quando o assunto é
“herança política”. A quantidade de deputados federais maranhenses oriundos de
grupos políticos regionais importantes também beira os 50%. Na atual
legislatura, destaque para André Fufuca (PP), que até já assumiu interinamente
a Câmara dos Deputados.
O deputado André Fufuca é um bom
exemplo da força de seu clã oligarca. Seu pai, Fufuca Mendes, é prefeito de
Alto Alegre do Maranhão. Certamente, muitos dos 56.879 votos que obteve em 2014
para ser eleito deputado federal podem ser colocados na conta da influência de
sua família.
E dos 18 deputados federais em
exercício que o Maranhão possui na Câmara, pelo menos oito sofrem grande
influência familiar: Alberto Filho (PMDB) é filho de Zé Alberto, ex-prefeito de
Bacabal; Deoclides Macedo (PDT) foi prefeito duas vezes de Porto Franco e é
irmão da deputada estadual Valéria Macedo; João Marcelo Souza (PMDB) é filho do
senador João Alberto; Juscelino Filho (DEM) é da família Rezende, tradicional
em Vitorino Freire; Luana Costa é esposa do ex-deputado federal e ex-prefeito
de Santa Inês, Ribamar Alves; Pedro Fernandes (PTB) é irmão do ex-deputado
Manoel Ribeiro; Rubens Pereira Júnior (PCdoB) é filho do ex-deputado Rubens
Pereira; e Victor Mendes (PSD) é filho do ex-prefeito de Pinheiro, Filuca
Mendes.
A lista de parlamentares que
“fizeram carreira” muito em função de suas famílias aumenta quando se observa
os deputados que não estão em exercício, como é o caso do ministro Sarney Filho
(PV), que foi eleito em 2014. O deputado Davi Alves Silva Júnior (PR) é filho
do ex-deputado Davi Alves Silva e, por muito tempo, utilizou-se da figura do
patriarca para conseguir se eleger.
Neste contexto observamos como os
patriarcados, as oligarquias, as aristocracias e os grupos políticos e
empresariais, manda, comando, regularizam e direcionam o ritmo de vida e da
vida de milhões de pessoas no Brasil e no Maranhão.
Enquanto isto, estes nobres
homens e mulheres, a grande maioria de famílias ricas (os chamados bem-nascidos),
oligarcas, aristocráticas e de tracionais representatividades políticas, seguem
as suas vidas a custo do sofrimento, pobreza e miséria extrema do povo maranhense.
E se hoje muitas famílias tiram o seu sustento dos inúmeros lixões maranhenses para sobreviver, muitos parlamentares comem, bebem e se divertem com os recursos públicos recolhidos da tributação de todos os brasileiros. Viva a democracia de desgraças do brasil.
Abrantes F. Roosevelt, 11 de Março de 2022
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