Artigo 33 - A Historia da Maquiagem

 

Fonte: Mídia Ativa Digital / Texto: Abrantes F. Roosevelt



A História da Maquiagem


A Maquilhagem (português europeu) ou maquilagem, maquiagem (português brasileiro) ou maquillage (francês) consiste na aplicação de produtos com efeito cosmético, de embelezamento, ou disfarce, seguindo-se alguns casos os ditames da moda e com uso de substâncias especificamente destinadas a finalidade do embelezamento.

A maquiagem, assim como os cosméticos, é muito antiga, provavelmente utilizada desde a Pré-história para a prática de rituais xamânicos, cerimonias de adoração a divindades, cultos funerários ou cultos à fertilidade.

A maquiagem possuir registros a pelo menos três mil anos antes de Jesus Cristo, os egípcios já conheciam a maquiagem, o batom, a maquiagem branqueadora e a maquiagem de luminosidade. Também tinham conhecimento da maquiagem para reforçar os olhos e sobrancelhas, estas a base de chumbo, malaquita, antimônio ou Kohl, também usavam o blush para corar as bochechas a partir de produtos vegetais, como pétalas de rosa ou de papoulas.

Os egípcios também usavam animais, como larva de cochonilha ou mineral, como argilas, óxido de cobre ou ferro ocre, alguns pós que eram misturados com óleos ou pomadas para realça a cor e o brilho. Outros pigmentos também eram utilizados para a maquiagem, como o azul do óxido de cobre, o amarelo do auripigmento, o preto do carbono, o verde da malaquita e mais numerosas nuances obtidas dos óxidos de cobre ou ferro.

As caravanas que levavam especiarias e seda para a Europa introduziram os cosméticos e a maquiagem na Grécia, esta técnica não se desenvolveria verdadeiramente até o início do século III, sendo anteriormente um atributo das cortesãs e ao império romano de Nero e Popeia Sabina que se maquiavam com os mesmos produtos no século I.

A maquiagem para rosto, o Kohl, foi substituído por uma maquiagem à base de açafrão, antimônio, cortiça queimada, fuligem ou cinzas; o blush corava as bochechas através de amoras esmagadas ou cinábrio. Muitos produtos da época à base de metais como o chumbo e o mercúrio eram tóxicos, estragando a aparência da pele e provocando um envelhecimento prematuro da face.

Dentre os escritos sobre cosméticos da época: A arte de amar, Os remédios do amor, Os produtos de beleza para o rosto da mulher, de Ovídio, foram perdidos. A atividade da maquiagem, que visava atender um ideal de beleza, estava sujeita a controvérsias religiosas e filosóficas da época grega.

Na época do ultrarromantismo, liderada por Lord Bayron na Europa e Alvarez de Azevedo no Brasil, os seus poemas e livros influenciavam as damas e jovens a serem pálidas como a própria morte. Um ideal de beleza que induzia as moças a usarem um pó a base de chumbo para clarear as veias dos pescoços e das mãos. Isto pretendia deixa-las lívidas como as nuvens dos céus, brancas como a espuma do mar, pálidas como a morte.

Foi com o retorno das cruzadas que a maquiagem se espalhou pela Europa nórdica, onde ela era somente utilizada quanto para pintura quanto para rituais. Desde o século XVIII, os nobres utilizavam bases faciais, pintura para cabelos e perfume. No século XVI, as mulheres utilizavam pó branco, bochechas vermelhas e nos lábios, uma mistura de corante de cochonilha. Os olhos, contrariamente ao período anterior, jamais eram maquiados, a fim de não esconder “a janela da alma”.

Desde o século XVII, a maquiagem é utilizada por todas as classes sociais. As mais abastadas utilizavam preciosidades em suas maquiagens, como pó de ouro, prata e pedras preciosas. Os manuais de civilidade dos séculos XVI e XVII recomendavam não abrir a boca, símbolo da oralidade e animalidade, devido aos dentes apodrecidos desde a introdução do açúcar no ocidente; assim, a maquiagem escondia a boca nesses séculos. As maquiagens à base de substâncias metálicas, emprestadas das artes das pinturas e das miniaturas, continuaram a ser muito tóxicas, como podemos exemplificar citando o “sublimado de mercúrio”, comum no século XVI.

No Japão, as gueixas usavam batom feito de pétalas de açafrão esmagados para pintar as sobrancelhas e bordas dos olhos, bem como os lábios e bastões de cera bintsuke, uma versão mais suave da cera de cabelo dos lutadores de sumô foram usados por geisha como uma maquiagem base. Cores pó de arroz no rosto e nas costas; rouge nos contornos da órbita dos olhos para definir o nariz. Ohaguro espécie de tinta preta colocada nos dentes para a cerimônia.

A maquiagem moderna tornou-se popular através do cinema dos anos 1920. Ainda no começo do século XIX, os cosméticos continham chumbo, mas os produtos modernos são testados em laboratórios e fabricados com recursos neutros como talco, caulim e amido de arroz, aos quais são adicionados óleos e corantes sintéticos.

Abrantes F. Roosevelt, 25 de Junho de 2021


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